Drive

quinta-feira, julho 21, 2016

Nicolas Winding Refn atingiu o ápice de sua carreira com esse, que pode ser considerado um dos melhores filmes dos anos 2010s. Com seu belíssimo visual, trilha sonora perfeita e alto nível de violência trazem de volta um personagem perturbado mentalmente e violento como Travis Bickle de Taxi Driver.

Texto sem Spoilers, então leia sem medo:

O filme se passa em Los Angeles e conta a história de um dublê de motoristas em filmes de ação, a problemática do filme começa a ocorrer quando ele se vê no início de um relacionamento com sua vizinha que é casada com um presidiário. Colocarei a Sinopse toda aqui.

Visual:

Gostaria de citar que a direção de fotografia do filme é espetacular, principalmente nas cenas em que estão tanto o personagem principal quanto a sua vizinha. Com a plena utilização do sistema de quadrantes da câmera, o diretor consegue captar grande parte da essência dos personagens e da relação entre eles com o simples posicionamento dos personagens na tela, as vezes um em oposição ao outro com o significado de distanciamento, enquanto em outros momentos em que se encontram no mesmo quadrante para significar uma união maior.


Outra parte importante do visual do filme é a plena utilização das cores para dar significado às cenas, vermelho é a principal cor do filme, está presente nas cenas de violência e de raiva, enquanto certas cores mais opacas e pastéis se encontram nos momentos em que ele está junto da vizinha, como se ela trouxesse uma certa calma a ele.
Luzes são usadas o tempo todo para mostrar onde está o foco da cena e para enfatizar uma emoção, em alguns momentos do filme a cena fica totalmente escura com um pequeno foco de luz no personagem principal a fim de demonstrar sua solidão perante a sociedade, entre outros significados.

Atuação:

Ryan Gosling atua de forma extremamente convincente para criar o personagem solitário e problemático do filme. Sua falta de expressão durante o início do filme nos faz refletir sobre o aspecto recluso de sua vida e como isso afeta seus relacionamentos.

Carey Mulligan traz vida à personagem de Irene, que é o aspecto alegre do filme, uma atuação discreta porém importante para o desenrolar da trama. É a personagem com maior carisma do filme.
Oscar Isaac, Bryan Cranston e Ron Perlman trazem o brilho final que o filme precisava, com o talento dos três atores criou-se um elenco quase perfeito para um filme independente.

Roteiro:

Roteiro muito bem adaptado da obra de James Sallis. Mesmo com o roteirista não ser tão conhecido por fazer roteiros para filmes bons, neste caso específico a história é convincente e completa, como se não faltasse nada no quesito narrativa.

Violência é muito presente no filme, há várias cenas que podem causar certo desconforto nos espectadores por decorrência da falta de empatia dos personagens para com os outros nas cenas de violência, quase de forma desumana.

O personagem principal é uma grande referência ao personagem Travis do filme Taxi Driver, de Martin Scorcese, seus trejeitos, violência e seu modo de se relacionar lembram muito o filme de 1976.
Para finalizar o texto citarei o fato de a trilha sonora encaixar perfeitamente com o teor do filme, as músicas escolhidas representam exatamente o que a cena quer mostrar, de modo que o final do filme traz tantos sentimentos visuais quanto sonoros que é difícil não se sentir na pele do personagem.


 Informações 
Nome original: Drive (EUA)
Ano de lançamento: 2011
Direção: Nicolas Winding Refn

Duração: 100 minutos

Classificação indicativa: 16 anos
Classificação:✩✩✩
 (5 estrelas)

Espero que tenham gostado desta crítica, meu nome é Michel Rautmann, e futuramente estarei de volta trazendo mais críticas e resenhas de filmes. Fui.

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